[re] flexões

[pq o bom homem deve curvar-se sobre si mesmo, em-flexões, para conhecer-se e reconhecer-se. modificar-se.]

12h.
saio do escritório com a bolsa nas costas. xerocar e devolver. rumo à biblioteca central.
vou pensando se os alunos gostariam da atividade, tanto quanto eu gostaria, se fosse uma aluna minha. a impossibilidade de ser dois ao mesmo tempo.

12h17m
pego um número no guarda-volumes. o Guarda dos volumes é carrancudo, mas eu agradeço. ele me olha estranhamente...
no meio das prateleiras, ponho a mão na boca e pecebo q ela tá suja de almoço ainda. a pressa e nada de escovas de dente. eu rio: o Guarda deve ter pensando, 'a garota almoçou e nem se limpou!' [...] mas isso é relevante, Seu Gualda?

acho q no Sorriso de Monalisa [aquele mesmo, com a Julia Roberts] alguém a acusa de desmerecer as mulheres com seu aparente desleixo, fazendo da feiúra bandeira de protesto.
não tenho certeza! não sei se nesse filme. mas alguém disse e eu ouvi.
não existe bandeira!
não faço isso de propósito...

tento tirar uma cópia do roteiro do Invasor, mas a moça da biblioteca diz q eu só posso tirar cópia de 10% do livro. a arraigação dos direitos autorais. eu digo: ok! pego o livro emprestado e tiro cópia na papelaria da esquina, onde sou amiga do rei. sem hipocrisias. e ainda ganho bala de café de brinde. eles não se importam com a minha boca cheia de farelos.

12h55m
saio em direção à papelaria e encontro o gari. o mesmo q não me deixou pisar numas sujeiras um dia desses e a quem eu agradeci e sorri. não, não! ele foi gentil naquele dia! não foi um apenas: esse é o trabalho dele! ele não quis q eu pisasse a sujeira... antes de encontrá-lo com os olhos, ele já me espera, sorrindo grande, cheio de dentes! e eu fico feliz em sorrir um boa tarde!
ele também!


[...]

onde moram as outras gentes mesmo?