+ um dia; + um bebê [ou seriam inúmeros?]

naquela mesma perspectiva de todos os dias de manhã, hj excepcionalmente um bebê!
eu lá, apertada de quase sufocar. Ele, tranqüilo, dormindo um sono dos bons. Sempre q vejo uma criancinha, imagino como seria se ela estivesse no meu lugar. Não exatamente no meu lugar, mas com 25 anos, em pé num ônibus lotado, às quase 8 da manhã [na verdade ás 7, mascarada como 8 nesse tal de horário de verão] Tomara que ele [era um garoto!] seja alguém de quem ele mesmo se orgulhe! Um dia! Quando tiver 25 anos, em pé num ônibus lotado, às quase 8 disfarçadas...

e na sexta passada [esse blog ta atrasado, ou meus sentimentos estão retardados?] fez-se 17 anos do dia em que eu peguei na mão de um bebê, com dedos vermelhos, que dormia numa encubadora ao lado da minha mãe. E ele [na verdade ela], segurou meu dedo. E acho q naquele dia estabeleceu um pacto surdo-mudo entre eu e ela. Fui eu quem escolhi: Gabriela. E até hj é assim q a conhecem.
E tb lá pela sexta passada, fez-se oito meses do dia em que ela tb segurou nas mãos de dedos vermelhos de um outro bebê, que dormia numa encubadora ao lado dela. Fui eu quem escolhi: Yuri! E espero que assim o conheçam aqueles que tiverem a oportunidade [inclusive eu mesma que ainda não o conheci] lembro q escolhi Yuri pq acho q esse é um nome de alguém de olhos puxados. E ela tem olhos puxados! E o filho dela deveria chamar-se por um nome de alguém q possua olhos puxados, ora bolas! E, subitamente pensei que ainda não segurei nas mãos de ninguém que tenha saído de mim, e que estivesse deitado em incubadoras ao meu lado e que fosse chamado por um nome que coubesse em alguém de olhos arregalados [pq meus olhos são grandes, ora bolas!]

[...]

deixando de lado esse bandos de bebês que enchem o mundo todos os dias [aqui fingindo um desdém pelo futuro e passado dos bebês do mundo!], falemos de outras coisas!
Amenidades? Hummm... infelizmente não! Quer continuar?

Há alguns dias venho me ocupando de entender o mecanismo das percepções da realidade. Descobri que minha paranóia chama-se solipsismo, termo que pode ser compreendido [segundo palavras de alguém que eu não conheço, mas que penso que são respeitáveis] é uma teoria extremada segundo a qual o mundo exterior é uma criação do ‘eu”. E descobri que por obra da minha pro-jeção sobre uma possível personagem que existe na minha cabeça há séculos e que pretendo transformar em algo escrito, a pobrezinha também é solipsista aos 5 anos de idade... Ah, só mais um dado: o respeitável senhor que me ensinou sobre a minha paranóia a classificou como: uma fantasia paranóica clássica... humpf!

De vez em quando cito por aqui a formação das lentes ou dos óculos [pq as hastes tb são necessárias enquanto suporte para as visões q temos!] de cada um, em especial as minhas! e digo isso por ter descoberto que existem tantas visões de mundos diferentes quanto diferentes são as pessoas. E ontem me perguntaram “porque as pessoas são tão complicadas?” imagine, eu tendo que responder os questionamentos do Dr.! E acho que descobri uma resposta melhor do que a simplista que dei ao meus estimado FenandoR: porque somos a combinação de percepções ilusórias, padrões cognitivos, alucinações individuais e coletivas, bagagens culturais e experienciações. Acho q não dá mesmo pra ser algo não-complexo...

Ah, também descobri que minha mudez social tb pode ser chamada de “colapso da linguagem compartilhada”, situação em que a supersensibilidade do sistema perceptivo não consegue expressar em palavras, ou de forma inteligível aquilo que se vê ou sente...

Daqui a alguns dias eu volto. Leituras acumuladas me impedem de aparecer muito por aqui...

2 comments:

Fernando Beserra said...

Obrigado pela resposta! :)... eu diria mais : "pessoas sao pessoas". - momento de terror -

Ana Silva said...

tanta informação, bebês são reais nos sentimos a sua matéria, de resto existe as projeções individuais e de grupo...7 da manha em um coletivo ou de madrugada bebada projetando (criando ) algo do q se orgulhe...
motivos e razões para se viver, para se morrer...tentativas de entender. bebês são reais, talvez, o momento mais real de nossas vidas.Mas td é talvez.pq vão provar algo q diga o contrário.