diário

niterói, 20 de dezembro de 2007
fui postar minhas correspondências natalinas e de súbito resolvi - deliberadamente - cortar caminho por dentro do shopping. pra lembrar a cara das pessoas nesses dias agitados de compras e mais compras.
num determinado momento me achei meio doente, levando cotoveladas e guarda-chuvadas e ainda assim sorrindo, numa espécie de alegria individual por não fazer parte daquilo.
nos corredores, gente corria, famílias se reencontravam, vendedores me sorriam de volta, mães brigavam com filhos e muitas mulheres circulavam como zumbis de olhos vazados atrás de alguma coisa que, com certeza, nem elas sabiam o que era.
se a vida fosse um filme, eu seria a única pessoa ali caminhando em slow-motion. e como grand finale uma luz escorregaria da clarabóia e no centro da confusão brotariam monstros, comunistas ou ets que diriam: ok, fiquem calmos, MAS ACABOU A PALHAÇADA!
em tempo: um gonzo-conceito de história que traduz o espírito do q quis dizer acima:
"(...) Enquanto o Ecstasy chovia na minha cabeça como bolas de sorvete quente, eu andei pela paisagem gótica de Londres pensando comigo que a história não passa duma série de eventos fabricados por futuros cadáveres pra romper a inevitável monotonia da vida."
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SIMUNEK, Chris. Paraíso na Fumaça. São Paulo: Conrad, 2002. pg.: 120.
[se meu professor predileto visse a citação acima, ficaria orgulhoso da minha boa memória e modos acadêmicos.]

3 comments:

Ana Silva said...

Quase pude ver.

Gal said...

geo, voce eh doida.

Cora said...

Hahaha! É o tipo de coisa que eu faria se aqui tivesse um shopping.
Aliás, até tem um shopping, mas não é um shopping.
hehehe...